Os primeiros sinais de tumor cerebral podem variar amplamente, mas alguns são mais comuns e podem servir como indicativos para uma investigação mais aprofundada. Cefaleia, ou dor de cabeça, é frequentemente o sintoma inicial. Essas dores de cabeça tendem a ser mais intensas pela manhã e podem ser acompanhadas de náuseas e vômitos, devido ao aumento da pressão intracraniana. É crucial que tais sintomas persistentes e não responsivos a tratamentos comuns sejam avaliados por um especialista.
Alterações neurológicas focais são outro sinal importante. Isso pode incluir fraqueza ou paralisia em um lado do corpo, dificuldades na fala, alterações visuais, e perda de coordenação ou equilíbrio. Esses sintomas ocorrem devido à compressão ou invasão direta do tecido cerebral pelo tumor, afetando a função das áreas específicas do cérebro envolvidas.
Convulsões também são um sinal frequente de tumores cerebrais, especialmente em adultos sem histórico prévio de epilepsia. As convulsões podem ser focais, envolvendo apenas uma parte do corpo, ou generalizadas, afetando todo o corpo. A ocorrência de uma convulsão nova ou diferente deve ser imediatamente investigada por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) ou a tomografia computadorizada (TC).
Alterações cognitivas e comportamentais, como mudanças na personalidade, confusão, dificuldades de memória, ou problemas de concentração, também podem indicar a presença de um tumor cerebral. Essas mudanças ocorrem devido ao impacto do tumor nas funções executivas do cérebro, afetando o raciocínio, a tomada de decisões e o comportamento emocional. Reconhecer esses sinais precocemente e buscar avaliação médica especializada pode ser crucial para um diagnóstico e tratamento adequados.
O diagnóstico de tumor cerebral começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico realiza uma anamnese completa, investigando sintomas como dores de cabeça, convulsões, e alterações neurológicas. O exame físico neurológico é fundamental, onde se avaliam reflexos, força muscular, coordenação e função sensorial para identificar déficits neurológicos.
A neuroimagem é essencial para confirmar a suspeita clínica de tumor cerebral. A ressonância magnética (RM) é o exame de escolha, fornecendo imagens detalhadas do cérebro e identificando a localização, tamanho e características do tumor. A tomografia computadorizada (TC) também pode ser usada, especialmente em situações de emergência ou quando a RM não está disponível.
Exames complementares ajudam a definir a natureza do tumor. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) pode ser utilizada para avaliar a atividade metabólica da lesão, ajudando a diferenciar tumores malignos de lesões benignas. A biópsia cerebral, obtida por cirurgia ou técnica estereotáxica, é crucial para determinar o tipo histológico do tumor, orientando o tratamento adequado.
Testes neurofisiológicos e laboratoriais também podem ser realizados. O eletroencefalograma (EEG) é útil para detectar atividade convulsiva associada ao tumor. Exames de sangue e análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) podem fornecer informações adicionais, especialmente em casos de suspeita de metástases ou envolvimento do sistema nervoso central por doenças sistêmicas.
O tratamento para tumor cerebral é altamente individualizado e depende de vários fatores, como tipo, localização, tamanho do tumor, e condição geral do paciente. A abordagem inicial geralmente envolve a cirurgia, cujo objetivo é remover o máximo possível do tumor sem comprometer funções neurológicas essenciais. Em alguns casos, uma biópsia é realizada antes para confirmar o diagnóstico.
A radioterapia é frequentemente utilizada após a cirurgia, especialmente se a ressecção completa do tumor não for possível. A radioterapia ajuda a destruir células tumorais remanescentes e a reduzir a chance de recidiva. Técnicas avançadas, como a radiocirurgia estereotáxica, permitem a entrega precisa de radiação, minimizando danos ao tecido cerebral saudável.
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e radioterapia, particularmente para tumores malignos ou de difícil ressecção. Agentes quimioterápicos específicos são escolhidos com base no tipo de tumor e sua resposta esperada ao tratamento. Em alguns casos, a quimioterapia é administrada diretamente no cérebro por meio de dispositivos implantáveis.
Terapias adjuvantes, como tratamento com medicamentos anticonvulsivantes e corticosteroides, são frequentemente necessárias para controlar sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O manejo multidisciplinar, envolvendo neurocirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e outros especialistas, é crucial para otimizar os resultados do tratamento e fornecer suporte abrangente ao paciente e sua família.
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